terça-feira, 9 de março de 2010

Pastor Jamiel Lopes: Voltou a andar depois de ser desenganado


  SALVO POR UM MILAGRE
 

Era aproximadamente 06h00min da manhã quando viajava sozinho na SP 101 para Bauru, cidade do interior paulista. Próximo à cidade de Capivari, numa curva, um caminhão carregado bateu de frente com o meu carro. Fiquei preso às ferragens, inconsciente, a espera de socorro. De acordo com as fotos da perícia, parte da frente do carro e da lateral foi arremessada a mais ou menos 100 metros de distância.
Fui socorrido e encaminhado para o hospital mais próximo  na cidade de Capivari. Segundo laudo da Santa Casa dei entrada naquele hospital com pulso imensurável e a pressão medindo 8/0. O hospital não tinha recursos por isso prestou os primeiros socorros e tentou durante todo o dia minha transferência para um hospital em Campinas. Tomei a última reserva de sangue que o hospital possuía e segundo os médicos se demorasse mais certamente não resistiria.
Fui transferido para Campinas somente as 22h00min. A demora para os procedimentos médicos necessários agravou o meu quadro. Ao chegar a Campinas entrei em coma e permaneci na UTI por alguns dias.
No centro cirúrgico tive uma hipoglicemia tendo a minha pressão ido a zero. Houve correria e agitação dos médicos quando eles diziam está me perdendo. Ouvia tudo muito distante e percebia que estava morrendo. Apesar de ter consciência de que estava próximo da morte pude perceber que a morte é como um sono. Naquele momento eu não sentia dor, não sentia agonia, nem sentia medo
Naquele momento tive a oportunidade de pedir a Deus que recebesse a minha alma e cuidasse da minha família. Pedi por minha esposa afim de que ela tivesse sabedoria para cuidar dos nossos três filhos adolescentes. Imediatamente ouvi uma voz muito nítida que superava o barulho e a agitação dos médicos que tentavam me salvar, dizendo: “Por que eu preservei os seus órgãos vitais?”
Enquanto orava sentia uma paz profunda. Naquele momento entendi que eu não morreria. Deus iria preservar a minha vida. Apesar de ter o meu corpo mutilado não havia sido atingido nenhum órgão vital.
Quando saí do coma descobri a gravidade da minha situação Tive múltiplas fraturas e um esfacelamento do fêmur esquerdo, além de uma fratura no crânio, Porém Deus havia preservado todos os meus órgãos vitais. Não tive nenhuma perfuração ou danos em algum órgão do corpo além das fraturas.
Depois de um mês de internação recebi alta e passei a lutar para me recuperar dos males causados por esta terrível fatalidade. Fiz cirurgias e alguns enxertos ósseos para recompor a perda óssea que tive. Usei durante 2 anos um LLIZAROV (espécie de uma gaiola) na coxa para fixação do fêmur.
Na penúltima cirurgia para enxerto que fiz, o médico resolveu estender o LLIZAROV até a bacia bloqueando a articulação da parte superior do fêmur o que me impediu de sentar, obrigando-me a ficar deitado por um período de aproximadamente quatro meses. Não havia alternativa, pois devido à fragmentação do osso não tinha como fixar o LLIZAROV noutro lugar.
Esse processo foi acompanhado de terríveis dores. Havia momentos que eu precisava tomar remédios muito fortes para suportá-las. Lembro-me de um comprimido que usava nas situações extremas. O mesmo era colocado debaixo da língua e me causava tremores. Às vezes nem esse remédio era suficiente para aplacar a terrível dor que sentia.
Numa madrugada eu acordei sentindo bastantes dores. Peguei um comprimido e pus debaixo da língua e enquanto esperava encontrar um refrigério para aquele sofrimento comecei a pensar em tudo que acontecera tentando encontrar uma resposta ou uma explicação para essa amarga realidade.
Lembrei-me da minha vida antes do acidente e o que mudara depois que isto aconteceu. Estava lecionando em duas Faculdades, tinha dois consultórios: em Campinas e em Indaiatuba respectivamente; coordenava um Seminário Teológico – CEEC – Centro Evangélico de Educação e Cultura, além dos treinamentos e palestras que estavam agendadas no estado de São Paulo e em outros estados do Brasil.  De um momento para outro me vi preso a uma cama tendo que abandonar todos os meus compromissos.
Naquela madrugada pensei nas duas alternativas que me restaram após o acidente: virar para o canto da parede, lamentar, chorar e sentir dó de mim mesmo, ou reagir à situação criando meios para me adaptar a essa nova realidade da vida. Refleti sobre os meus pacientes e a maneira como tentava ajudá-los a resolver os seus problemas. Foi a partir dessa reflexão que consegui enxergar muitas coisas em relação à vida.
Mesmo sem esperanças de voltar a andar comecei a ler e escrever. Deitado, pois não conseguia sentar, escrevi com um teclado sobre o abdômen, com uma mão só, mais de 2000 páginas distribuídas em 12 livros voltados para as seguintes áreas: Educação, Psicologia, Teologia, família, adolescentes etc. Um dos livros que mais me marcou foi: O SEGREDO DA ÁGUIA DOURADA, neste, faço um relato da experiência de Serena (uma águia dourada) que vive uma crise existencial e precisa voar até um santuário no Alasca onde encontrará respostas para suas questões.  Durante sua viagem terá que encontrar sete chaves mágicas. Cada chave possui uma inscrição que precisa ser lida diante do portal do santuário para que este se abra. As chaves retratam a experiência de todas as pessoas independente da sua filosofia de vida, sua crença, religião, grau de escolaridade ou posição sócio-econômica.
Durante o período que fiquei na cama, criei uma disciplina pessoal. Agia como se tivesse o compromisso diário de sair de casa para trabalhar. Mesmo deitado, determinei horários para dormir, estudar, ler, escrever, acessar a Internet e conversar com amigos, pesquisar etc. Criei um site para atendimento online. Consegui o selo do CFP – Conselho Federal de Psicologia e trabalhava normalmente na cama. Creio que foram estas atitudes que me fizeram reagir e ir além das expectativas dos médicos, pois havia sido desenganado pelos mesmos. Não tinha nenhuma perspectiva de voltar a andar. Atualmente, apesar das seqüelas, voltei as minhas atividades normais. Faço atendimento clínico em Campinas e Indaiatuba, tenho uma editora própria, e estou agora retornando a UNOPEC. 
Testemunho gentilmente cedido pelo psicólogo e Pastor Jamiel Lopes, onde narra sua luta até voltar a andar, mesmo desenganado pelos médicos.
Clínica online do Pastor Jamiel Lopes: www.clinicaonline.psc.br 
Fonte: http://testemunhos.vilabol.uol.com.br//PastorJamielLopes.html

Um comentário:

  1. Gostei do testemunho. E acho muito interessante um pastor que se preocupa também em entender a mente das suas ovelhas como psicólogo que é.
    Alguns homens são chamados por Deus ao pastorado, outros são postos lá, não sei por quem.kkkk

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